61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR DE BUSCHKE‐LOWENSTEIN - CONDILOMA ACUMINADO GIGANTE: RELATO DE CASO

CONTEXTO

O tumor de Buschke-Lowestein é uma condição rara, com prevalência de 0,1% e poucos relatos na literatura. Tem forte associação com infecção pelo vírus HPV, sendo os subtipos 6 e 11 associados a 90% dos casos. Outros fatores de riscos são descritos como: imunodeficiências, múltiplas parcerias sexuais e infecções genitais recorrentes. Apresenta-se clinicamente como extensa lesão genital, maior que 10cm, de caráter verrucoso, associada mais frequentemente a sangramentos, odor e/ou infecção local. Apresenta ainda taxas consideráveis de transformação maligna e infiltração tecidual adjacente, quando comparada a casos de condiloma acuminado clássico

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente 27 anos, solteira. G0. Sexarca: 24 anos. Antecedentes patológicos: DM1, diagnosticada aos 11 anos, evoluindo com doença renal crônica terminal em diálise e submetida a transplante renal em fev/2020. A queixa principal era de grande lesão vegetante em região vulvar, sangrante e com odor fétido, de surgimento há 4 meses e crescimento progressivo. Exame físico ginecológico: extensa lesão vegetante vulvar, se estendendo pelo monte pubiano, grandes e pequenos lábios, de aproximadamente 10 cm, além de região perineal, vaginal e anal. Sangrantes a manipulação e com odor fétido. Ausência de linfonodos palpáveis em região inguinal. Biópsia ambulatorial compatível com lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (condiloma acuminado). Realizado HPV-genotipagem, positivo p/ HPV 6, 11, 54, 61, 16, 45, 58 e 68. Sorologias negativas. Optado por ressecção cirúrgica das lesões pubianas e ablação por laser CO2 das demais lesões em abri/2022. Anatomopatológico de peças cirúrgicas: lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (condiloma acuminado). Evoluiu com recidiva em dois meses, apresentando lesões verrucosas em espelho de aproximadamente 2cm em nádegas bilateralmente e pequena lesão verrucosa de 0,5cm em monte púbico. Foi prescrito tratamento tópico com imiquimode e nova ablação com laser CO2, realizada ambulatorialmente, sob anestesia local. No momento paciente faz seguimento periódico

COMENTÁRIOS

O tratamento do tumor de Buschke-Lowestein permanece um desafio. Além do prejuízo na qualidade de vida das pacientes, essas lesões têm altas taxas de transformação maligna e infiltração tecidual adjacente. A terapia combinada com laser e imiquimode tem se mostrado uma alternativa eficiente. A paciente foi tratada com resultados satisfatórios, que podem garantir mais estudos para determinar a real eficácia e segurança das opções terapêuticas

PALAVRAS-CHAVE

Tumor de Buschke-Lowestein; Condiloma acuminado gigante; Laser; Imiquimode

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Ana Carolina Ferreira de Sousa Seguti, Jânio Serafim de Sousa, Kelvin Warley Pereira Silva, Ariel Gomes de Brito, André Metzker Ferro, Walquíria Quisa Salles Pereira Primo