61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNÓSTICOS DE CÂNCER DE ENDOMÉTRIO EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19

OBJETIVO

Avaliar a incidência de câncer de endométrio (CE) nos anos de pandemia, estudar o perfil clínico das pacientes, o tempo de espera até o diagnóstico e o tipo histológico mais prevalente.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo em um hospital universitário de Vitória (ES) com pacientes atendidas entre 01/01/2021 e 31/12/2022, com endométrio espesso (> 4mm) evidenciado na ultrassonografia transvaginal (USTV). Foram incluídos no trabalho os casos
com diagnóstico de CE. Pacientes com espessura endometrial maior ou igual a 12mm eram, inicialmente, submetidas a cureta de Novak (CN) ambulatorialmente. Pacientes com espessura endometrial inferior a 12mm ou com biópsias inconclusivas por CN eram submetidas a
histeroscopias. Os dados foram coletados através da revisão de prontuários eletrônicos e inseridos em um banco de dados, com análise quantitativa e variáveis qualitativas. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e pela Plataforma Brasil (parecer Nº 4.111.607)

RESULTADOS

Foram diagnosticadas 25 pacientes com CE. Oitenta e oito porcento (22) possuíam sangramento uterino anormal (SUA) e 80% (20) estavam na pós-menopausa, 48% (12) receberam o diagnóstico por CN, 32% (8) por histeroscopia e 20% com outros métodos (achado acidental em histerectomias realizadas por outro diagnóstico ou por curetagem hospitalar). A idade média ao diagnóstico foi de 59,6 anos, com variação entre 44 e 74 anos. As comorbidades mais encontradas foram diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Cinco pacientes (20%) não apresentavam doença prévia conhecida. A média da espessura endometrial foi de 20,9mm, variando de 4mm a 42,2 mm. O IMC médio foi de 30,5. O tempo médio de espera desde o primeiro sintoma até o tratamento foi de 12,4 meses, sendo que o tempo médio para diagnóstico com Cureta de Novak foi de 8 meses e com histeroscopia foi de 16,5 meses. O subtipo histológico mais prevalente foi o adenocarcinoma endometrióide (32%). A histerectomia total foi o tratamento inicial da maioria das pacientes. Dez pacientes (40%) receberam quimioterapia e radioterapia adjuvante.

CONCLUSÃO

A ocorrência de sangramento no pós-menopausa é um sintoma que requer uma investigação endometrial. Nosso estudo avalia, no contexto da pandemia de Covid-19, a importância da suspeita e do manejo adequado dos quadros de espessamento endometrial para otimizar a assistência relacionada ao câncer de endométrio.

PALAVRAS-CHAVE

Neoplasias do Endométrio; Técnicas de Ablação Endometrial; COVID-19

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Maria Ingrid Barbosa Passamani, Lavínya Araujo Callegari, Jacob Henrique da Silva Klippel, Maryane Leal Lopes, Neide Aparecida Tosato Boldrini