61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

MORTALIDADE POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL DE 2011-2021: ANÁLISE REGIONAL E SOCIODEMOGRÁFICA

OBJETIVO

Analisar a mortalidade por câncer do colo do útero por região do Brasil e seus fatores sociodemográficos, no período de 2011 a 2021.

MÉTODOS

Estudo transversal e quantitativo, que contou com a coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), com subsídio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Foram avaliados todos os dados disponíveis referentes ao número de óbitos e taxa de mortalidade em relação a região, faixa etária, raça/cor e ano de notificação do período de 2011 a 2021. Os dados utilizados são de domínio público, portanto, foi dispensável a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

RESULTADOS

Evidenciou-se um total de 65.616 óbitos por câncer de colo uterino entre os anos de 2011 e 2021, sendo o maior número no Sudeste, com 21.583 casos, seguido pelo Nordeste com 20.624 casos. Em relação às taxas de mortalidade, a maior foi identificada na região Norte (15,29). Do total de notificações, 1.123 eram referentes a mulheres entre 50-59 anos e a maior taxa de mortalidade foi vista em mulheres com 80 anos ou mais (26,39). O número de óbitos foi maior em Pardas, com 30.536 casos, e a taxa de mortalidade foi maior na população Indígena (14,80). No período estudado o número de óbitos por ano foi crescente, com 5.160 em 2011 e em 2020 atingindo a marca de 6.627, seguido por leve queda em 2021 com 6.606 óbitos.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o maior número absoluto de óbitos ocorreu nas regiões Sudeste e Nordeste, fato que pode estar relacionado à maior população dessas regiões; em contrapartida a taxa de mortalidade foi maior na região Norte, o que pode estar associado à maior dificuldade de acesso geográfico e menor cobertura em saúde na localidade. Ademais, foi notada maior taxa de mortalidade em pacientes indígenas, dado que corrobora com estudos anteriores que referem a dificuldade de acesso aos serviços de saúde como fator importante para piores desfechos em diversas doenças para essa população. Houve aumento no número total de óbitos, o que pode estar relacionado à melhor notificação de casos e óbitos para a doença analisada. Por fim, análises epidemiológicas do câncer de colo do útero são de suma importância para instalação de medidas de prevenção e acompanhamento adequadas que visem reduzir a mortalidade pela doença, sendo necessária a atualização constante de estudos sobre a temática.

PALAVRAS-CHAVE

Ginecologia; Neoplasias do Colo do Útero; Registros de Mortalidade.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Maria Eduarda Silveira Bührnheim, Lígia Beatriz Pinho Chaves, Ingrid Vitória Genú Mendes de Sousa, Sterfanny Amaral Griebler, Danielle Cristina Moreira de Carvalho