61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

LIMITAÇÕES NO RASTREIO DE CÂNCER DE MAMA E CÉRVIX EM PACIENTES TRANSGÊNERO

OBJETIVO

Identificar limitações no rastreio dos cânceres cérvix e de mama em pacientes transgêneros.

FONTE DE DADOS

Realizou-se uma revisão da literatura no PubMed, em junho de 2023. A busca guiou-se pelas palavras-chave: (Transgender) AND (Ginecologist) AND (Cancer Screening). Os termos utilizados foram estabelecidos em consonância com os descritores de saúde disponíveis na plataforma DECS/MESH. A principal limitação da pesquisa foi a escassez de trabalhos sobre o tema, com o primeiro resultado publicado apenas em 2014.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 11 artigos na plataforma de busca, sendo selecionados 8 para leitura na íntegra, após aplicação dos critérios de exclusão e inclusão por meio do algoritmo PRISMA. Critérios de exclusão: artigos de revisão, estudos em animais e artigos não gratuitos. Critérios de inclusão: artigos em inglês, publicados nos últimos 10 anos até junho de 2023.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Os resultados foram tabulados, quanto aos objetivos, população de estudo, sítio oncológico, recomendação de rastreio e limitações de aplicação, em seguida foram analisados por dois pesquisadores, em duplo cedo. A análise resultou em 6 trabalhos que abordaram o rastreio de CA de mama e 4 abordaram CA de cérvix em pacientes transgêneros femininos e masculinos. As recomendações variaram segundo o estado hormonal e cirúrgico.

SÍNTESE DE DADOS

Transgêneros masculinos que realizaram mastectomia radical, tem indicação de suspensão do rastreio do CA de mama por meio mamografia devido a insuficiência de tecido mamário para o exame e desconforto do paciente. Já no CA de cérvix, o exame papanicolau, nesses pacientes podem apresentar maior dor e desconforto durante o exame. O uso de espéculos extra pequenos, lubrificação adequada e swab vaginal, realizado pelo próprio paciente são pouco difundidos. Nas mulheres transgêneros que possuem neovagina, apenas 1 artigo traz a recomendação de testes citopatológicos regulares, demonstrando a escassez de pesquisas sobre o tema.

CONCLUSÃO

As limitações do rastreio de CA na comunidade transgênero permeiam a exiguidade de estudos a longo prazo, a deficiência curricular do ginecologista a assistência à saúde transgênero, dificuldade a atendimento especializado, estigma social e vulnerabilidade individual do paciente. Salienta-se a necessidade de mais estudos sobre a temática associado à atualização curricular do ensino médico. Superar os desafios da relação médico-paciente visando ter acesso a uma rede pública de saúde democratizada.

PALAVRAS-CHAVE

Cancer Screening; Ginecologist; Transgender

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade e População LGBTQIAP+

Autores

Natacha Soares Silva, Ana Karoline Bandeira Pereira, Ivonete Almeida Souza, Lucas Carlos Almeida, Pedro Henrique Ferreireis Macedo, Lucas Wilson Ferreiras Araujo