61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ATUALIDADES NAS ESTRATÉGIAS FUNCIONAIS PARA O MANEJO DA ENDOMETRIOSE: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA

OBJETIVO

Analisar as atualidades nas estratégias funcionais para o manejo da endometriose.

FONTE DE DADOS

A busca foi feita no PubMed e Scielo em novembro de 2021. Foram usados os descritores MeSH e marcadores booleanos AND e OR para cruzar “Endometriosis OR Pathogenesis”; “Treatment strategies AND Health related quality of life”; “Endometriosis AND Pathogenesis”.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2012 e 2022, disponíveis na íntegra, em inglês, que abordassem a temática. Excluíram-se editoriais, cartas ao editor, estudos de revisão, teses, dissertações, artigos repetidos e sem correspondência com o tema. A partir dessa estratégia foram selecionados 83 artigos.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foram analisadas as seguintes informações dos estudos selecionados: título, autores, ano de publicação, objetivo, metodologia e achados da pesquisa.

SÍNTESE DE DADOS

As técnicas de autogestão e mudança no estilo de vida são válidas no controle da endometriose. Assim, atividade física, relaxamento, massagem e acupuntura reduzem cortisol e inflamação e melhoram qualidade de vida. Dieta com frutas cítricas e vegetais reduz em 22% o risco da doença e o alto consumo de carne bovina, presunto e outras carnes vermelhas aumenta o risco em 56%. Consumo de gorduras trans-insaturadas elevou o risco em 48%, já a ingesta de AGP’s(ω3) de cadeia longa reduziu o risco em 22%. Sobre terapias adjuvantes, vitamina D reduz dor pélvica crônica, dismenorreia e dispareunia; curcumina melhora a inflamação e a dor e reduz o uso de AINES; melatonina reduz a dor em 39,8%, melhora qualidade do sono e recorrência e diminui uso de analgésicos em 80%; ômega 3 reduz os marcadores pro-inflamatórios e aumenta os anti-inflamatórios; epigalocatequina-3-galato evita implantes endometriais, mas há uma lacuna na biodisponibilidade e dose indicada; resveratrol resolve a dor pélvica em 82% após 2 meses de uso; uncaria tomentosa trata inflamação; metformina é usada se sobrepeso e obesidade, tratamento com efeito colateral, contraindicação a terapia hormonal, mulher que quer engravidar, resistente a outros tratamentos e em adolescentes para bloqueio hormonal; e, por fim, n-acetilcisteína (NAC) reduz a dor de 6,6 para 4,5 em 3 meses e para 3,5 em 6 meses e reduz o uso de anti-inflamatório de 85% para 27%.

CONCLUSÃO

Os resultados devem ser tratados com cautela pelo número limitado de estudos disponíveis, alta heterogeneidade e risco de viés. É necessário aconselhamento antes de iniciar tais tratamentos e um ambiente multidisciplinar com ginecologista clínico e cirurgião.

PALAVRAS-CHAVE

Endometriose; Terapêutica; Qualidade de vida.

Área

GINECOLOGIA - Endometriose

Autores

Andréa Fortes Carvalho Barreto, Summer Santana Linhares, Marina De Padua Nogueira, Bruna Nogueira Viana, Tiana Nascimento Freire, Julia Maria Gonçalves Dias, Daniela Siqueira Prado