61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTOS E MANEJO DAS PACIENTES COM ENXAQUECA NA GRAVIDEZ: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OBJETIVO

Descrever possíveis desfechos clínicos e tratamentos para pacientes com enxaqueca durante a gravidez.

FONTE DE DADOS

A identificação dos estudos foi feita nas bases de dados eletrônicas Medline/Pubmed, Scielo e LILACS com descritores “migraine”, “pregnancy” e “labor” combinados com o booleano AND e OR, realizada entre março e junho de 2023, nos idiomas em inglês e espanhol. Foram excluídos artigos produzidos antes de 2003 e os indisponíveis gratuitamente na íntegra.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 50 artigos e selecionados 11. Os estudos elegíveis abordavam a enxaqueca na gravidez, os possíveis tratamentos e consequências, excluindo os que abrangiam enxaquecas menstruais e outras doenças cujos sintomas são a cefaleia.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A partir da seleção dos artigos, foram analisados objetivo, metodologia e resultados dos trabalhos enquadrados por dois revisores. Foram excluídos os duplicados e feita a leitura sistemática, seguida da elaboração de tabela para seleção dos artigos e seus resultados. Os critérios metodológicos foram obtidos a partir do protocolo PRISMA.

SÍNTESE DE DADOS

A enxaqueca trata-se do sintoma neurológico mais frequentemente associado com a gravidez e se relaciona com os níveis de estrógeno. Quando não tratada, pode resultar em parto prematuro, hipertensão gestacional, cesárea e baixo peso ao nascer, esse último não sendo consenso. Ademais, a gestante enxaquecosa possui maior risco de doenças isquêmicas e derrame na gravidez, parto ou pós-parto, podendo estar relacionado com as síndromes hipertensivas, conforme corrobora um estudo apontando que 25% dos derrames maternos associados à enxaqueca tiveram doenças hipertensivas como etiologia. Nesse sentido, o manejo da enxaqueca pode ser feito com medidas não farmacológicas ou farmacológicas, optando pelo uso do acetaminofeno em terapias agudas e durante curtos períodos, devido ao maior risco de crianças com TDAH e desordens hipercinéticas quando usado a longo prazo. O uso de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidais deve ser evitado, principalmente no primeiro e terceiro trimestres, bem como o uso de opióides no último trimestre. Como medida profilática, alguns estudos apontam a aspirina pré-gestacional em pequenas doses para prevenção de prematuridade e pré-eclâmpsia.

CONCLUSÃO

Quanto ao manejo da enxaqueca, deve-se ter cautela devido ao risco de complicações materno-fetais e de refratariedade ao medicamento a depender da frequência de seu uso, sendo elaborado um plano individual para cada paciente, que deve ser acompanhada antes e durante a gestação.

PALAVRAS-CHAVE

Migraine Disorders; Pregnancy; Pregnancy Outcome; Therapeutics.

Área

OBSTETRÍCIA - Predição / prevenção de doenças no ciclo gravídico puerperal

Autores

Giovana Arcuri Cavalcanti, Ana Carolina Dias Almeida, Carlos Reinaldo Carneiro Marques